O ex-ministro do Turismo Gilson Machado, que ocupouo cargo no governo de Jair Bolsonaro (PL), foi preso na manhã desta sexta-feira (13) em uma operação da Polícia Federal (PF). O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, também é um dos alvos da ação, por meio de um mandado de busca e apreensão. O militar será ouvido pela PF em depoimento marcado para as 11h.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-ministro tentou emitir, em maio de 2025, um aporte português para que Mauro Cid deixasse o Brasil. Em nota ao portal Uol, ele nega “veementemente ter ido a qualquer consulado, inclusive o português”. O Brasil de Fato tenta contato com as defesas dos alvos da operação.
Mauro Cid é réu na ação penal que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tentativa de golpe no país, e a informação pode ser lida como uma tentativa de fugir do país para Portugal. A defesa do ex-ajudante de ordens negou que Mauro Cid tenha pedido aporte português ou tentado deixar o país.
A tática foi utilizada pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que fugiu para os Estados Unidos e, depois, para a Itália. Ela foi condenada também pelo STF por invadir e hackear o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Nesta semana, Mauro Cid e outros sete réus prestaram depoimento à Primeira Turma do STF, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. No total, as penas dos crimes podem somar até 43 anos de prisão: dano qualificado com uso de violência e grave ameaça (6 meses a 3 anos), deterioração de patrimônio tombado (1 a 3 anos), tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito (4 a 8 anos), tentativa de golpe de Estado (4 a 12 anos) e organização criminosa (3 a 8 anos, que pode chegar a 17 anos a depender dos agravantes).