O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (13) que o Irã deve “fechar um acordo” e alertou que, em caso contrário, haverá mais “morte e destruição”, depois que Israel atacou instalações nucleares iranianas. As declarações foram feitas na rede social Truth Social, da qual o magnata é dono.
“Há dois meses, dei ao Irã um ultimato de 60 dias para fechar um acordo. Eles deveriam ter feito isso! Hoje é o 61º dia. Eu disse a eles o que fazer, mas eles simplesmente não conseguiram. Agora, talvez, tenham uma segunda chance!”, postou Trump.
O magnata prosseguiu com as ameaças em uma série de postagens, afirmando que disse ao governo iraniano que, caso não se curvassem às exigências dos Estados Unidos, sofreria ataque “muito pior do que qualquer coisa que soubessem, anteciem ou ouvissem, que os Estados Unidos fabricam o melhor e mais letal equipamento militar do mundo, DE LONGE, e que Israel tem muito dele, com muito mais por vir – e eles sabem como usá-lo”.
“Certos radicais iranianos falaram bravamente, mas não sabiam o que estava prestes a acontecer. Estão todos MORTOS agora, e a situação só vai piorar! Já houve muita morte e destruição, mas ainda há tempo para pôr fim a esta carnificina, com os próximos ataques já planejados sendo ainda mais brutais. O Irã precisa fechar um acordo, antes que não reste nada, e salvar o que antes era conhecido como o Império Iraniano. Chega de morte, chega de destruição, SIMPLESMENTE FAÇAM, ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS. Deus os abençoe a todos!”
O ataque
Israel atacou o Irã na noite desta quinta-feira (12), madrugada de sexta-feira no Oriente Médio. Segundo a rede de TV iraniana HispanTV, explosões foram ouvidas em Teerã e a defesa aérea do país está em “100% de sua capacidade operacional”. O governo Netanyahu disse ter alvejado instalações nucleares iranianas.
Durante a ofensiva, Israel atingiu mais de 100 alvos com cerca de 200 caças — em operação chamada “Rising Lion” — e matou figuras-chave do Irã, incluindo líderes militares, políticos e cientistas e atingiu instalações nucleares, como a usina de Natanz.
Após os bombardeios, o chefe do Estado‑Maior das Forças Armadas iranianas declarou que Teerã “não terá limites” na sua resposta ao ataque, afirmando que “o regime terrorista que ocupa Al Quds (Jerusalém) cruzou todas as linhas vermelhas”.
O cientista político Mohammed Nadir da Universidade Federal do ABC disse ao Brasil de Fato que o ataque é resultado do “sonho israelense de levar os Estados Unidos para uma guerra global contra o Irã”. O analista afirma que “em nome da construção do ‘Grande Israel’, o Oriente Médio ruma para a destruição, após ataques no Líbano e Gaza”.
“O Irã fica em xeque porque havia conseguido estender braços militares de resistência ao imperialismo na Síria, Líbano, Iraque e Iêmen e agora tem dificuldades em manter essa aliança xiita, disse ele.
“Vejo notícias de poluição nuclear na região da usina de Natanz e as consequências do ataque ainda não estão claras. De certo, apenas a falência da credibilidade do direito internacional.”
A ação ocorre após o fracasso das negociações sobre o tema entre Irã e Estados Unidos. No último dia 4, quarta-feira, o Brasil de Fato acompanhou in loco o pronunciamento do líder supremo do Irã, aiatolá Seyyed Ali Khamenei, que rechaçou de forma dura os termos apresentados pelos EUA para o acordo. Teerã nega que esteja usando seu programa nuclear para fins bélicos, afirmando ser voltado para a produção de energia elétrica.